Baseada na Campanha da Fraternidade 2018, cujo tema é Fraternidade e a Superação da Violência, a nova exposição do Museu da Vida traz à tona esse assunto, mas com um viés diferente: como podemos agir juntos para superar a violência?
Árvore de problemas e soluções
Todos unidos pela superação da violência.
A árvore foi criada a partir de um problema central: a criança ser considerada apenas responsabilidade de seus pais. O contexto utilizado foi o da pobreza, considerada pela Pastoral da Criança como a pior forma de violência. Do problema central derivam problemas e soluções para resolvê-lo. A árvore representa esse ciclo, desta forma a realidade vai se transformando. Conforme mudamos o que plantamos, mudamos também a colheita.
O que queremos colher hoje?
Teoria dos problemas e soluções:
Problema: Instabilidade social
Caracterizar a ordem social, significa uma análise precisa do que gera a instabilidade social, presente na sociedade e na vida de cada pessoa. A instabilidade social gera insegurança em muitas questões que afetam diretamente a vida e a dignidade das pessoas, bem como o desemprego, a desigualdade social, os entraves econômicos e as dificuldades no campo da saúde e educação, sendo que, esse conjunto de fatores contribui para o aumento da pobreza.
Solução: Propor programas para a estabilidade social
A estabilidade social deve prevalecer acima de tudo. Quando falamos em estabilidade social reunimos questões econômicas, ambientais e políticas. Trata -se de autênticos projetos de inserção, criadores de uma identidade coletiva e solidária. A estabilidade desempenha papel importante em termos de convivência social e fraterna da humanidade.
Problema: Falta de ambientes seguros
Conviver de forma plena em comunidade é compartilhar de direitos, deveres e princípios éticos que norteiam a sociedade. A falta de segurança gera medo,nos deixa desprotegidos e em situações perigosas. A pessoa vai se fechando em si mesma, fica mais isolada do convívio social e as relações sociais ficam mais enfraquecidas. A falta de ambientes seguros torna as pessoas mais fechadas e individualistas.
Solução: Sugerir práticas que permitam a construção de ambiente seguros
Atitudes gentis podem contribuir para um convívio saudável e melhor, em ambientes favoráveis e seguros. Saber respeitar as diferenças no ambiente torna as pessoas mais atentas e sensíveis. O ambiente seguro favorece a boa convivência, ajuda a respeitar os mais humildes, a cumprimentar as pessoas, caminhar sozinho com segurança pelas ruas, apreciar a natureza e até respirar um ar mais puro.
Problema: Falta de conversa na família
Deixar de conversa na família pode afastar os pais dos filhos e prejudicar a boa comunicação entre eles. Os fatores como: excesso de trabalho, falta de dinheiro para o pagamento das despesas domésticas, o uso contínuo das novas tecnologias não devem ser usados como desculpa para a falta de conversa em família. Muitas vezes deixamos de escutar as crianças e não lhe oferecemos atenção necessária. A falta de conversa em família tende a gerar ressentimento, desconfiança e baixa autoestima.
Solução: Fortalecer as família para progredir no diálogo.
A família é o ponto de referência para a criança. Quando a família conversa entre si favorece atitudes de tolerância, de assertividade, da capacidade de admitir erros e de tolerar as frustrações. O diálogo alivia; aproxima as pessoas, cria vínculos afetivos, promove avanços e cumplicidade na convivência familiar e comunitária.
Problema: Falta de acesso aos direitos básicos
Acessar os direitos é princípio básico em uma sociedade, para isso, precisamos lidar com diferenças e respeitá-las, é necessário proporcionar à infância todos os seus direitos.
A falta de acesso aos direitos básicos desde a primeira infância gera discriminação, pobreza e impossibilidade de realizar sonhos. Além de ter o acesso precário nas unidades de saúde e assistência médica nos hospitais públicos. Além disso, em muitas situações não pode desfrutar de uma educação de qualidade.
Solução: Reivindicar políticas que favoreçam o acesso aos direitos básicos
Neste contexto, é importante analisar o entendimento e aplicação de cada um dos Direitos Fundamentais especiais de crianças e adolescentes elencados no artigo 227 da Constituição Federal do 1988, quais sejam: direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, isto com o objetivo de ampliar o alcance destes direitos no cotidiano das crianças brasileiras.
Problema: Falta de união
Viver numa sociedade marcada pelos conflitos internos e reconhecer que a falta de cordialidade das pessoas não se trata apenas de educação, vai muito além.
uma questão da sociedade narcisista, e da falta de coletividade. Hoje as famílias não se sentam mais a mesa para fazer uma refeição. Cada um faz seu prato e vai comer no sofá, no quarto ou na TV. Falta o sentido da conversa, da espiritualidade, da fraternidade do fazer as coisas em mutirão.
Solução: Fortalecer ações de união e vida.
A união entre as pessoas exige maior convivência comunitária e compromisso de uns para com os outros. Caminhar juntos, num mesmo propósito requer o cumprimento de metas e em prol da dignidade das pessoas e da valorização de todos como promotores da paz e mensageiros do amor. União significa estar aberto para acolher e apoiar os centros de direitos humanos e comissões da justiça e paz que atuam e promovem a superação da violência para mais união e vida.
Problema: Falta de oportunidades
Marginalizar e excluir a sociedade é negar oportunidades de crescer na fé e na esperança de dias melhores. Ao longo dos anos faltam oportunidades às crianças, aos jovens, às famílias. Como as comunidades podem se organizar para ter mais oportunidades? Quais oportunidades temos, para superar a violência e construir a paz?
Solução: Promover o acesso às oportunidades
A construção da verdadeira paz oferece muitas oportunidades e fortalece as relações de interdependência entre as gerações. Juntos é possível superar os obstáculos e exercer a cidadania com direito à participação ativa e responsável. Todas as nossas ações estão interligadas e tudo se afeta mutuamente.
Problema: Situação de vulnerabilidade
Falar da infância no contexto de vulnerabilidade social, significa identificar situações de abandono ou de afastamento do convívio familiar o que deixa a criança numa situação muito desfavorável. As crianças que se encontram em situação de vulnerabilidade social, vivem as consequências da pobreza, da exclusão, da exploração do trabalho infantil,da negligência, da falta de perspectivas melhores e do apoio da comunidade. O grande desafio é a superação da pobreza, considerada uma das piores forma de violência, que afeta a vida da criança em todos os sentidos.
Solução: Contribuir para a superação da Vulnerabilidade
Olhar a infância na perspectiva da superação da vulnerabilidade social precisa identificar, acompanhar e reivindicar políticas públicas, de superação da desigualdade social e da violência. Trabalhar pelo empoderamento da família e da comunidade, formando grupos e redes de compromisso na articulação de pequenas e efetivas melhorias em prol da criança e da família. A superação acontece quando valorizamos a família e os espaços de convivência fraterna e solidária. Juntos podemos transformar e anunciar a Boa Nova do Evangelho.
Problema: Atendimento precário nas unidades de saúde e escolas
Ofertar atendimento de saúde e educação básica, pressupõe uma relação direta com as políticas de governo e com as políticas macroeconômicas, do mercado de trabalho que influenciam as desigualdades e geram diferenças sociais e culturais. O precário atendimento básico de saúde e educação provém da falta de uma política de governo que priorize a equidade e inclusão. Para melhorar o atendimento e necessário maior compromisso para incentivar a intersetorialidade das ações (saúde, educação, desenvolvimento social, justiça, melhor condição de emprego). Urge trabalhar na promoção da vida, qualificar as questões de saúde e educação e construir uma sociedade mais justa, saudável e solidária.
Solução: Promover educação e saúde pública para todos
É preciso sensibilizar e enfrentar a dura realidade de muitas famílias que não têm acesso à assistência de saúde pública condizentes com suas necessidades e dignidade. A vida, a saúde e a educação são realidades profundas que precisam de atendimento humanizado, acolhedor e digno a todo cidadão nas unidades de saúde e na perspectiva educacional. A legislação brasileira prevê direitos e atenção especial para atendimento digno e de qualidade na esfera da saúde e da educação.
Problema: Falta rede de apoio
Todo cidadão têm direito a uma rede de proteção básica social. No panorama atual percebemos que os órgãos públicos disponibilizam redes de proteção social básica, em quantidade insuficiente e de qualidade precária. Nesse sentido, as famílias e a comunidade não conseguem usufruir das redes de apoio de forma efetiva e satisfatória. Ainda, a falta de conhecimento e articulação das famílias e da comunidade na busca de um atendimento adequado ao nível de suas necessidades
outro fator de significativa atenção. Trata-se da dificuldade de acesso às redes existentes e aos serviços oferecidos em relação a saúde, a educação, de acolhimento e de atendimento no tempo adequado.
urgente fazer o exercício da cidadania no âmbito de cuidados e serviços sociais. Juntos, instituições públicas, privadas, religiosas e organizações não governamentais, podem reforçar as redes de apoio existentes e ampliar os serviços, atendendo as necessidades sociais básicas da família e da comunidade. É vigilância cidadã no melhor sentido do seu significado, transformando potencialidades em realidade e oferecendo melhor oportunidades para as crianças, famílias e suas respectivas comunidades.
Solução: Fortalecer redes de apoio e de proteção
Urge intensificar nas comunidades ações conjuntas entre instituições públicas, privadas, religiosas e organizações não governamentais, o fortalecimento e o acesso a rede de proteção ao cidadão. Este fortalecimento acontece quando fazemos um trabalho social, com a finalidade de: fortalecer a família, prevenir situações de violência, ajudar no conhecimento e acesso dos direitos sociais básicos e estimular ações de melhorias em atenção a dignidade humana.
Para ajudar é necessário conhecer os avanços de proteção social que servem a comunidade.
A Proteção Social Básica tem como porta de entrada do Sistema Único da Assistência Social os Centros de Referência de Assistência Social – CRAS-unidades de execução dos serviços de Proteção Social Básica destinados à população em situação de vulnerabilidade social, em articulação com a rede sociais. Serviços de proteção e atendimento integral à família - PAIF -visa fortalecer a função de proteção das famílias, prevenindo a ruptura de laços, promovendo o acesso e usufruto de direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.
Sistema Único de Assistência Social - SUAS é o modelo de gestão utilizado no Brasil para operacionalizar as ações de assistência social, e, é responsável por executar os serviços, programas e projetos sociais desenvolvidos pelos Governos Federal.
- Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Uma garantia para as famílias, assim como para as comunidades.
- Marco Legal da Primeira Infância/ 2016 ( Lei nº 13.257/16), institui medidas de proteção e promoção do desenvolvimento integral nos primeiros seis anos de vida. Este período - chamado Primeira Infância - tem influência para todas as etapas posteriores da vida.
- Programa Criança Feliz,criado para garantir a implementação da Lei 13.257/2016, chamado Marco Legal da Primeira Infância, e promover o desenvolvimento integral das crianças considerando e fortalecendo a família e as relações comunitárias.
Você conhece ou participa de algum destes programas e ações, no seu município?
Problema: Falta participação no controle social
A falta de engajamento comunitário e social favorece uma prática individualista que aumenta as desigualdades na sociedade, provocando a falta de
equidade social. Consequentemente, o descompromisso de um para com o outro e com os princípios de uma sociedade mais justa e fraterna. Entendemos que a falta do controle social, em muitas situações ocorre pela falta de conhecimento e pelo não engajamento das pessoas em ações comunitárias. Para provocar mudanças e intensificar a participação e o envolvimento das lideranças no controle social é necessário congregar pessoas e instituições públicas, privadas, religiosas e organizações não governamentais, para que, articulados entre si, possam contribuir com a elaboração de ações concretas de prevenção, realizadas com a ajuda da comunidade e das famílias.
Solução: Propor e definir prioridades sobre as políticas públicas na elaboração dos planos de ação do Município.
Devemos otimizar os nossos recursos humanos, técnicos e financeiros, de tal modo que as nossas lideranças exerçam o controle social na gestão dos bens da coletividade. A participação para propor e definir prioridades na elaboração e na execução dos planos de ação é dever dos gestores sociais das intituições públicas, privadas, religiosas e organizações não governamentais e direitos de todos os cidadãos. Na articulação dos conselhos municipais de saúde, da assistência social, da educação, da infância e adolescência, não nos basta ter boa vontade. Para exercer o controle social sobre a gestão de direitos básicos das famílias e comunidade é indispensável traçar objetivos claros, ser um colaborador, ter critérios de valores e meios eficientes para a melhoria da qualidade de vida da gestantes, das crianças e das famílias e das pessoas de forma geral, em suas comunidades.
Qual é a sua participação na elaboração e execução de planos sociais do seu município?
Problema: Falta de informação e recursos
De modo geral todas as famílias precisam de informações de acesso aos serviços sociais básicos e de recursos econômicos para prover uma convivência saudável, com maior autonomia e com o básico necessário para viver com dignidade. A falta de informação gera prejuízos ao bem comum e coloca pessoas e comunidade, em situação de fragilidade e violência. A falta de recursos econômicos para uma parcela significativa da população é um dos fatores que contribui para a condição de fragilidade e vulnerabilidade das famílias e da comunidade. Falta exatamente para os que mais necessitam. Este é um fator agravante nas relações familiares, motivo, muitas vezes de: desemprego, desânimo, falta de perspectiva, brigas domésticas, violência e até mesmo mortes.
Solução: Buscar informações que geram recursos
Os processos de desenvolvimento econômico deveriam implicar em uma distribuição mais equitativa e justa de benefícios, de bens de serviços e de condições de moradia. Buscar maiores informações, significa rever estratégias de forma criativa e responsável, para evitar o desperdício, combater a cultura do descartável, diminuir a poluição do planeta, salvaguardar o meio ambiente e garantir a dignidade da vida.
De que forma você participa na sua comunidade para que ela seja mais justa e equitativa?
Problema: Falta de conhecimento sobre os direitos do cidadão
A história humana, infelizmente, é marcada pela exclusão, exploração, injustiça e privação. A família e a comunidade ficam, muitas vezes, a margem da sociedade do conhecimento e não consegue usufruir dos direitos legais que lhes são concedidos por lei e por direito.
No contexto familiar e social percebemos que ainda há muitas pessoas que buscam melhores condições de vida, mas nessa busca permanente acabam encontrando uma série de obstáculos, que com o passar do tempo provocam desânimo e desistência das ações. Este tipo de experiência gera baixa auto estima e descrença na busca dos seus direitos.
Solução: Participar de grupos de estudos e incentivar o acesso a legislação
A força da transformação acontece quando a comunidade busca alternativas de conhecimento e tem acesso a legislação vigente. O conhecimento das novas tecnologias e das rápidas mudanças na sociedade, sejam elas, no âmbito das ações ou das legislações, provoca uma mobilização das pessoas. É necessário que as pessoas conversem, dialoguem, integrem-se a grupos de estudos que tem por objetivos fortalecer ações conjuntas em prol de melhores condições de vida na comunidade. Se conseguimos dar um passo, unir forças podemos contribuir para alcançar os direitos e o conhecimento necessário. Vale lembrar, que toda criança necessita de apoio e presença familiar na primeira infância.
Você participa de algum grupo de estudo sobre a infância, no seu município?
Problema: Falta de diálogo na relação familiar
Infelizmente , na sociedade atual, as pessoas foram se distanciando, se isolando e perderam o foco da boa convivência , da harmonia e das valiosas trocas de experiência entre as gerações. A falta de diálogo provoca fracassos, desânimos e até enfermidades. Relações fechadas e tímidas causam distanciamento entre as pessoas e consequentemente muito sofrimento às crianças e aos adolescentes. Numa sociedade carente de diálogo é preciso fomentar e integrar programas e serviços de apoio às famílias que favoreçam melhores condições de vida e abertura para conversar e expressar os sentimento, desejos, aflições e alegrias em família.
Solução: Promover condições favoráveis ao diálogo na família
Entendemos a importância do diálogo na relação familiar, quando visualizamos situações interligadas pelo carinho, afeto e amor e percebemos que as pessoas, nas suas simplicidades, são capazes de parar, olhar e ouvir o que o outro tem a dizer.
Apoiar ações em defesa da vida favorece a boa convivência familiar e dá abertura para dialogar em família. Assim como a promoção da paz rejeita toda forma de violência, a conversa em família ajuda a minimizar conflitos e diminuir as diferenças. A família em condições favoráveis ao diálogo difunde o amor, a justiça e a fraternidade. A melhor forma de difundir a paz na família passa pela capacidade de escutar o outro, abraçar e curtir boas relações de convivência.
Em que momentos você conversa com os seus familiares?
Problema: Falta união e convivência comunitária
A comunidade precisa contar com o apoio das lideranças, mas também das próprias pessoas que compõem a comunidade. Diante da falta de união é preciso promover oportunidades de participação das pessoas sobre os diversos temas sociais, políticos, religiosos e culturais, que envolvem a vida da comunidade. Ainda vemos muita indiferença das pessoas no campo da fraternidade e da solidariedade. Há muito que refletir, pensar e agir no caminho da união, do respeito pela dignidade da pessoa e igualdade de direitos, esse é o verdadeiro sentido da fraternidade. É preciso sair de si mesmo e ir em busca do outro, como propõe o Papa Francisco. "A igreja deve sair de si mesma, rumo às periferias existenciais".
Solução: Favorecer ações conjuntas na comunidade
Quando atuamos na esfera da unidade fazemos comunhão e encontramos espaços de convivência que podem fortalecer ações conjuntas. A Igreja sempre nos desafia para preservar os alicerces que constituem a vida, a fé e a esperança.
União na comunidade pressupõe cidadãos mais informados e conscientes acerca dos problemas da sociedade e principalmente das questões referentes a sua comunidade, tais como: as desigualdades, a exclusão social e a pobreza. Esse conhecimento contribui seguramente para o estabelecimento de um desenvolvimento mais justo, coeso, sustentável, o que favorece ações conjuntas e responsáveis para a transformação das pessoas e do local onde atuamos.
Você participa de ações sociais e religiosas da sua comunidade?
Problema: Falta compromisso com vida
A dominação social de uns para com os outros geram estruturas que desagregam a vida. Uma mentalidade marcada pelo egoísmo evita pensar nas necessidades dos outros e se descompromete com as pessoas, em geral com aquelas que mais necessitam de ajuda e cuidado. Para muitas pessoas, viver e morrer encontram-se no mesmo lado da balança. É urgente a mudança radical do agir para que mais pessoas tenham vida de qualidade, segura e permeada de afeto.
Solução: Apoiar ações em defesa da vida
O compromisso com a vida deve ser assumido desde a gestação e estabelecidos a partir dos critérios propostos por Jesus Cristo no Evangelho. Em primeiro lugar somos chamados para realizar ações que tem como meta a defesa da vida. Assim, trabalhar pela unidade e apoiar políticas públicas que garantam a promoção da vida no sentido mais pleno é dever de todos.
Quando nos preocupamos em fomentar a cultura da vida trabalhamos em prol do bem comum e na superação das estruturas que geram, a tristeza, o desânimo e muitas vezes até a morte. A vida precisa ser íntegra e valorizada na sua totalidade.
Quais as ações de valorização da vida que você realiza no seu município?
Problema: Falta transformação das estruturas geradoras de vida.
A principal causa da pobreza pode estar ligada as estruturas injustas que afetam os comportamentos humanos que constituem a vida social. A convivência numa sociedade excludente, que favorece uma minoria, pode deixar a grande maioria das pessoas, em situação muito precária de: desemprego, comodismo, desânimo e incapazes de ganhar a vida com maior dignidade. A falta de boas relações com os vizinhos, na comunidade, pode acarretar em maior prejuízo nas relações, desinteresse quando o assunto é leitura, boa conversa, busca pelo conhecimento, podendo muitas vezes perder o sentido da vida.
Solução: Sensibilizar para a transformação das estruturas visando vida digna para todos.
Juntos podemos contribuir para a transformação social de forma que as pessoas tenham mais vida e mais dignidade. É importante lembrar que as estruturas sociais podem se modificar. Isso pode acontecer a partir de uma mudanças nas normas, no comportamento ou na base econômica e política de uma sociedade. Toda mudança requer cooperação e participação efetiva no aumento de ações comuns capazes de melhorar as relações na comunidade. Para transformar, com base no Evangelho, somos chamados à denunciar projetos contrários ao bem comum, e apoiar iniciativas e projetos pautados na ética, no direito, na justiça e na solidariedade, para que "todos tenham vida em abundância."
Problema: Falta de acesso aos direitos básicos (passado e atualmente)
A falta de acesso aos direitos básicos, historicamente constituídos pelo passado e direitos já conhecidos e atuais assim como direitos que ainda não são reconhecidos pela sociedade, todos precisam estar ao alcance das pessoas. Especialistas dizem que a falta de garantia de direitos básicos aumenta a desigualdade, por falta de políticas que garantam o acesso da população ao direitos básicos.
A falta dos direitos básicos, faz com que famílias e comunidades não participem de forma plena na sociedade, inclusive dos direitos à educação, saúde, trabalho digno, cidadania. Além disso, falta às crianças direitos de proteção, cuidados, de receber assistência e de brincar em espaços livres e seguros.
Solução: Incentivar o acesso aos direitos básicos
Como cidadão temos o compromisso de incentivar o acesso aos direitos básicos e trabalhar para que isso aconteça. Um fator importante é conhecer medidas concretas e bem definidas para a efetivação desses direitos. Saber quais políticas públicas podem ser incentivadas para que famílias e comunidade tenham mais acesso, melhores condições de vida e o básico para viver com mais dignidade.
Precisa também, conhecer a abrangência dos direitos sociais, a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. E contribuir para que estas políticas públicas, sejam bem organizadas e eficazes.
Cientes dessa dificuldade, precisamos tomar providências para superar a demanda do problema e aumentar a consciência da população para buscar seus direitos e assim conviver com mais dignidade.
Problema: Falta de vínculo familiar e comunitário
A falta de vínculo e afeto causam sérios problemas na convivência familiar e no estilo de comunidade. Um povo sem vínculo afetivo fica desarticulado, sozinho, sem segurança e sem o valor da boa vizinhança.
Práticas de isolamento e falta de comunicação não favorece o conhecimento das crenças, dos valores e dos costumes que circundam a comunidade.
Solução: Difundir práticas de boa convivência familiar e comunitária
Para um bom relacionamento entre as pessoas, é importante entender um pouco sobre o ser humano. Saber que uma pessoa é diferente da outra. Cada família tem o seu jeito próprio de se relacionar e consequentemente, cada comunidade tem um estilo único de ser e viver. Principalmente, pensar na criança como responsabilidade de todos.
Para difundir práticas de boa convivência é fundamental saber como as pessoas se relacionam, a importância da cultura, da identidade, das suas raízes e um pouco de suas histórias. Saber o que há de bom na comunidade, valorizar as lideranças.
Participar dos encontros da comunidade eleva a autoestima do grupo, favorece a cooperação e entreajuda, permite maior aproximação e juntos realizam algo em comum, que vai auxiliar nas melhorias da comunidade.
Problema: Falta de atuação da igreja, associações de moradores, ONG’s e meios de comunicação
A falta de diálogo e aproximação entre as instituições afeta também a vida da igreja e de outras associações, ONG's , os meios de comunicação e as ações dos leigos e religiosos. Cremos que a fé suscita por toda a parte diferentes formas de sabedoria prática, que ajudam a suportar as carências da vida e a viver com mais paz e harmonia. Cabe aqui o compromisso efetivo de cada ser humano para renovar a face da terra e perceber a criança como responsabilidade de todos.
Dom Hélder Câmara sintetizou o que precisamos para atuar em conjunto: " abertura de coração para ver no outro um irmão, ter mais cuidado pelos pobres e necessitados, acolhendo a todos com muito amor."
Solução: Conscientizar para a importância de agir em conjunto, em prol da vida e da paz!
A reivindicação de um mundo mais justo e solidário e de uma Igreja a serviço dos pobres foi o cerne da primeira exortação apostólica do Papa Francisco. Em suas orientações, o Papa propõe linhas mestras, tanto para a difusão da mensagem
cristã condizente com a época atual, como para uma maior conscientização de ações conjuntas em prol da paz, da justiça e do verdadeiro amor à vida. O Papa Francisco recorda que devemos "assumir, a cada dia, as alegrias e esperanças, as angústias e tristezas do povo, especialmente das populações das periferias urbanas e das zonas rurais, ter um olhar mais afetivo para as crianças e suas famílias." Hoje, somos chamados para vencer o desafio de diminuir a pobreza e a indignidade humana.
A paz na família
Bem aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus." (Mt 5,9)
A promoção da paz tem alcance bem mais alargado e supõe relações sadias e justas entre os membros de uma família. O diálogo na família é um elemento essencial para que haja harmonia, equilíbrio e paz na vida de um lar. Quando as pessoas da família conversam e escutam o que as outras pessoas têm para dizer acontece relações de equilíbrio, de transparência e de respeito de uns para com os outros. Desenvolver relações saudáveis ajuda e contribui para que a criança aprenda a viver e construir a paz; é ali, no aconchego familiar que a paz acontece. Os pais têm a enorme responsabilidade de ensinar aos filhos através de bons exemplos e trabalhar pacientemente todos os dias para conquistá-la.
A conquista pela paz na família tem maior sentido quando trabalhamos, em conjunto por políticas públicas mais justas, solidárias e fraternas com a finalidade de levar vida plena para todas as pessoas. O trabalho em conjunto promove a gestante, os direitos da criança, as relações de comunidade e promove a verdadeira paz. Quando surge uma dificuldade, mais de uma pessoa pode ser acionada para colaborar e resolver a questão. Isso ajuda a superar a violência e garantir elementos para que a paz aconteça na família e na comunidade.
Quando falamos: "a paz começa em casa" é bom ter presente que as crianças aprendem olhando o outro. É vendo como se faz, e depois aplicando o conhecimento adquirido, que elas aprendem e se desenvolvem de maneira adequada. Para tanto, a família precisa de condições favoráveis, de uma rede social de apoio que as envolva e proteja, que possa garantir sua paz e sua dignidade. Juntos, como irmãos, podemos ser promotores de paz na família.
Aleitamento materno
Você sabia que o aleitamento materno pode deixar seu bebê mais inteligente quando adulto?
Além de ser a melhor opção de nutrição e proteção contra doenças, ele ainda contribui para o desenvolvimento cerebral da criança, gerando impactos de curto e longo prazo. Conforme o estudo publicado na revista científica The Lancet Global Health, em 2015, que mostrou que quanto maior o tempo de amamentação, maior a probabilidade de um aumento no nível de inteligência, escolaridade e renda na vida adulta.
Segundo os pesquisadores Cesar Victora e Bernardo Horta, da Universidade Federal de Pelotas “O estudo fornece as primeiras evidências de que o prolongamento da amamentação não só aumenta a inteligência, até pelo menos os 30 anos, mas também tem impacto tanto em nível individual quanto social, melhorando a escolaridade e o nível de renda.”
Cesar Victora ainda acrescenta “Nossa série sobre amamentação na Lancet mostra que amamentar não é importante apenas para a saúde da mãe e do bebê, mas também para reduzir os gastos assistenciais e para promover o desenvolvimento social e econômico via aumento da inteligência e da produtividade. Este é um dos principais benefícios para a sociedade: o desenvolvimento de capital humano. Falar de capital humano é falar de pessoas com mais inteligência, escolaridade, capacidade de trabalho. Todo mundo sabe que pessoas mais inteligentes e produtivas ganham mais e geram mais renda para o país. Em nosso trabalho, o maior já realizado sobre o tema, calculamos qual seria o impacto econômico se todos os indivíduos tivessem sido amamentados por mais tempo. Para se ter uma ideia, o resultado dessa conta revela um ganho de 302 bilhões de dólares ao ano em todo o mundo.”
Referências:
Victora, CG; Horta, BL; Mola, CL; Quevedo, L; Pinheiro, RT; Gigante, DP; Gonçalves, H; Barros. FC. Association between breastfeeding and intelligence, educational attainment, and income at 30 years of age: a prospective birth cohort study from Brazil. Lancet Glob Health 2015; 3: e199–205.
Atuação da Pastoral da Criança pela paz nas comunidades
A primeira grande riqueza da Pastoral da Criança é compreender a criança em todo o seu potencial humano e em toda a sua capacidade de desenvolvimento integral. Todo e qualquer programa de combate a violência precisa da presença e colaboração da família o desenvolvimento integral dos filhos na perspectiva da verdadeira paz. A violência contra crianças acontece em todos os países do mundo e nos mais variados ambientes: na comunidade, na escola, em instituições socioeducativas e, até mesmo, no seio familiar. Conversar sem medo sobre estas questões é muito importante e traz benefícios não só para a criança e para a família, mas para a sociedade como um todo.
Os líderes comunitários da Pastoral da Criança são verdadeiros promotores da paz. Sempre que visitam as gestantes, crianças e as famílias trocam experiências e conhecimentos sobre as ações básicas de saúde, nutrição, educação, cidadania, além de celebrarem a Palavra de Deus, introduzem os Dez Mandamentos de Paz para a família e comunicam vida e dignidade para todas as pessoas. A Pastoral da Criança desde sua fundação, atua para mobilizar o poder público, as igrejas, os setores educacionais, as universidades, os agentes de saúde, para um papel mais ativo e proativo em nutrir valores promotores de paz. Apoia iniciativas pela vida e almeja gerar ações conjuntas entre os diferentes parceiros para a prevenção da violência contra as crianças.
Homem de lata
O homem de lata foi desenvolvido como uma escultura conceitual que convida o visitante para uma reflexão sobre o indivíduo. Ele está representado como uma pessoa que é oca por dentro e corrói-se facilmente, e por este motivo foi escolhido o material lata para a sua confecção. A ferrugem começa a aparecer nas suas juntas, porém ainda há tempo de salvá-lo. A interatividade se dá a partir da possibilidade de mudar as feições do rosto dele, deixando ele feliz, triste ou bravo. Outra forma de interação é colocar nele objetos que ludicamente o ajudem a se tornar uma pessoa melhor. Como exemplo, pode-se citar o cachecol para aquecê-lo, o coração para torná-lo mais humano e o óculos para ajudá-lo a enxergar o próximo.
Tecnologia
Hoje em dia a tecnologia toma conta da vida de praticamente todas as pessoas, a televisão é o centro das atenções, junto com celulares, tablets e computadores. Boa parte do dia das pessoas é dedicada a estes aparelhos eletrônicos. Não existe mais o diálogo, a convivência familiar, pois as pessoas estão mais preocupadas em fazer check in ou em ver quantas pessoas visualizaram a sua foto.O diálogo e a interação familiar é que criam os laços de carinho e fortalecem os vínculos entre as crianças e seus familiares. As crianças necessitam de atenção, cuidado e orientação, e não somente de cobranças. Elas se espelham nos adultos, usam muito o exemplo como forma de aprendizado, portanto, as nossas ações hoje refletem no futuro dos nossos filhos amanhã.
É necessário valorizar os momentos juntos, compartilhar carinho, atenção, curtir as brincadeiras juntos, dessa maneira as crianças se sentem amadas e valorizadas, pois o diálogo é o caminho para a transformação. É igualmente importante tirar um tempo diário, mesmo que pequeno, para conversar sobre como foi o dia e brincar com as crianças, pois isso fortalece seu desenvolvimento e elas se sentem amadas e seguras.
Jogo Sensorial
A infância é um período de grandes experiências e que propicia lembranças inesquecíveis em cada um de nós. Certos lugares, cheiros e objetos nos remetem a momentos que nos marcaram de alguma forma, seja com lembranças boas ou ruins.
No passado, era muito comum o uso de alguns objetos como forma de castigo para educar as crianças. Você se lembra de algum?
Em cada caixa abaixo você irá encontrar um desses objetos envolto por uma textura. Coloque sua mão na abertura, sinta a textura e procure cada um deles. Ao encontrar, reflita: qual é a primeira lembrança que vem a sua mente? Esse objeto tem algum significado diferente para você? E hoje em dia, como podemos educar nossas crianças sem castigo ou qualquer tipo de violência?
O jogo sensorial foi desenvolvido para que as crianças possam aprender e refletir de forma interativa e divertida. As caixas exploram o tato dos visitantes pois nelas estão escondidos objetos em meio a texturas. Os objetos eram ou são utilizados para castigar crianças. Entretanto, é feito um convite aos visitantes de pensarem que lembranças aqueles objetos trazem para eles, que podem ou não estar relacionadas a violência e trazer para o bem o pensamento sobre eles.
Frase do bem (garrafas)
Quem faz o bem multiplica. Quando a gente faz o bem, o bem multiplica-se, assim como a nossa ação se multiplica pelo mundo. A frase deixa uma reflexão ao final da exposição para os visitantes, que podem passar ao lado da divisória de garrafas vendo seus reflexos multiplicados, assim como acontece quando a gente faz o bem no mundo.